Chocaram um no outro, olharam-se desconfiados na expectativa da desculpa mútua. Ele arregalou os olhos e disse Maria Teresa, és tu Maria Teresa e ela acenou com a cabeça perguntado-se quem sería aquele que lhe dizía o nome de forma tão familiar e do rosto nenhum traço lhe acendía a lembrança. Ah, Maria Teresa quanto tempo! Tanto tempo e tu na mesma! Lembras-te de mim, não lembras? Mas Maria Teresa só lhe conhecía o timbre, da calva reluzente e do bigode sal e pimenta, nada, tão pouco das orelhas tão grandes e dos papos gordos à roda dos olhos, sim, claro que me lembro... pois é, velhos tempos Maria Teresa, mas conta-me que tens feito, deves ter um bando de filhos e até netos aposto, eu fiquei solteiro, tu não me quiseste!Maria Teresa sentiu o chão fugir-lhe e a memória chegar-lhe perto como uma chapada, o homem que brilhava oleoso e careca tinha sido a sua grande paixão, o seu grande amor. Sentiu-se tonta, o choque de o rever parecía-lhe tão dorido quanto o dia em que se afastara dele por capricho. E no final também ela ficara sózinha. Pediu-lhe desculpa, há coincidências assim no mundo, no nome de Maria Teresa mas ela não era quem ele pensava, ele devía ter feito alguma confusão, sorriu e afastou-se apressada.
domingo, 27 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Se afastar, deixar a lembranca do que foi, muitas vezes ee a coisa mais certa que se pode fazer, tudo na vida tem seu tempo, tolo daquele que quer trazer o tempo de volta, porque na verdade o que se passou e o que fomos jamais voltara
Beijos mil
Rachel
Devia ser assim o amor...
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