DEC.LEI Nº344/97

TODOS OS TEXTOS SÃO DA PROPRIEDADE DO AUTOR E ESTÃO REGISTADOS AO ABRIGO DA LEI DA PROTECÇÃO DOS DIREITOS AUTORAIS E PROPRIEDADE INTELECTUAL. INCORRE NO CRIME DE CONTRAFACÇÃO QUEM SE APROPRIAR, COPIAR, PLAGIAR E MENCIONAR NO TODO OU/E EM PARTE OS TRABALHOS AQUI PUBLICADOS, EM CONFORMIDADE COM O CÓDIGO DE DIREITOS DE AUTOR E DOS DIREITOS CONEXOS.
.
.
.
Escrever é poder amar-te



sábado, 14 de fevereiro de 2009

AINDA A PLAGIADORA

A plagiadora tem outro espaço de comentários abertos onde lhe deixei o seguinte recado:

Agradeço-lhe que se retrate publicamente quanto ao plágio que fez do MEU texto, de MINHA autoria e intitulado de "CLONES".A senhora deu-se ao trabalho de roubar o que não é seu, copiar a nota de rodapé (E cito: "Desabafo de quem voltou a ser plagiada")mas parece ter-se olvidado do mais importante: O meu nome como AUTORA do que levou sem autorização.Saiba que para além do meu blog "UM Milhão de Histórias Por Te Contar", esse mesmo texto está registado no Luso-Poemas e no WAF, para além de estar protegido pela SPA (Sociedade Portuguesa de Autores).Devería ter vergonha!Queira de imediato explicar-se e retirar do seu espaço aquilo que não lhe pertence.Recordo-lhe que Plágio em Portugal é CRIME e se não tratar de imediato de emendar o seu cobarde gesto terei de accionar os mecanismos legais.Acrescento-lhe que o seu acto está já publicitado nos vários espaços que lhe referi.Tenha vergonha.


Link do post onde deixei o comentário:

http://euanasarinha.blogspot.com/2009/02/unico.html

Do blog Infinito Particular http://euanasarinha.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

NOVO PLÁGIO

É lamentável que hoje aqui venha, mais uma vez expressar - e avisar - a minha tristeza e revolta por mais um plágio.E pasme-se!Plagiaram o meu texto sobre plágios intitulado "CLONES"inicialmente publicado no WAF e no Luso-Poemas onde participo.
Ironia?Não. Sem carácter. Sem vergonha. Sem espinha dorsal.
Eis o link:

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

(A)GUARDAR

Beija-me anda, não percas tempo, não vês que o quero e tu castigavas a vontade no trepar caminhado dos teus dedos pelo meu ombro acima, cócegas no pescoço, serpenteavas os caracóis no riso baixinho e húmido dos teus lábios que me apetecíam, um toque na ponta do nariz, talvez entorte os olhos e te guie a mão em concha ao sitio do coração e te peça de novo no silêncio sorrido do beija-me anda, não percas tempo e tu sempre nesse encanto distraías-me, davas-me a mão e passeavas nela os caminhos das linhas até inventares trilhos separados e eu triste pedía-te um beijo anda, antes que seja tarde... e tu beijavas-me as palmas, fechava-las nas tuas e eu sossegava.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ESCOLHO

Dos sete nem mar, nem deuses, nem magia dos números.Apenas dias, os corridos e os longos na medição do olhar, nas linhas que enraízam saberes e dores e ainda os calos de afagar os teus anos na minha memória, nas flores que sequei entre livros de poesia, nos amanheceres e no escorregar da noite a cobrir-nos de mazelas de amor na despedida.Escolho os dias. Mas só os sete de ti.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ESCREVER E AMAR

Ouvi dizer que um dia seca, que o fundo do baú alcança a vista, esgota-se o filão, troca-se a direita pela esquerda e já nada sai de jeito. Ou então cai-se na repetição, no eco, no déjà vu ou déjà lido ou quiçá no déjà copiado, tomba a pique a expectância, pesam as pálpebras nas linhas seguidas a dedo pela dormência do verbo na chateza da folha, escasseia a palavra, sobra tempo.E do amor?É-me na letra o acto puro de ter sentidos vivos, fluir na tinta virtual da paixão que consome a lume lento a mão que prossegue caminhos e de tanto aí amar, escrevo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

CLONES

Gostar é bom. É natural, humano e também racional e denúncia de carácter.Copiar é preguiçoso, ambíguo, mal-amado, bastardo.Roubar é feio, vil e purulento.Por isso roubar o que é de outros é o mesmo que tentar levar no sono dos justos o pedaço de cérebro que fabrica os sonhos. O que dá bónus de vidas à vida corriqueira e alinhada, é fazer do comezinho a vida de outros e tentar decalcar na própria vida a que não se tem arte para ter.Quero eu com isto dizer que plágio de letras é o mesmo que amputar-me. Que até podem clonar-se de mim, mas nunca terão aquilo que só eu vejo e tenho capacidade de revelar.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

COMO TE DÓI?

Quando magoa dói por todo o lado, nas mãos, no olhar, o acre da boca a esmagar as lágrimas e também no engolir do nó seco que teima em não ir para baixo. De baixo, sente-se por baixo do mundo, acodem-nos as memórias de um tempo sem medida em que as dentadas no ventre são como coitos macerados na vontade de entrar no outro e devorar lembranças para que mais nenhuma reste senão aquela tão única. Dói, como rasgar desenhos de infância em que o céu era azul e o sol amarelo e depois tudo se mistura numa amalgama sem cor que não seja o negro. Ou o branco do querer esquecer.Será que se esquece, que se olvida a mão a conduzir o caminho do sangue nas veias?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

UM COPO

Apetecía-me dizer-te coisas escandalosamente poéticas e no entanto, fico a passar o dedo indicador pelo fio do copo cheio de boqueiras pegajosas e tu, fazendo sala, falas-me de feitos que nunca fizeste só para me impressionares. Vejo nos teus olhos que não despegas das marcas dos meus lábios decalcados no copo e toda a boa conversa é uma mentira lenta que se arrasta a esta mesa redonda de bistrot em que as marcas húmidas dos fundos dos copos vão avançando no sentido de cada um como terreno comido ao outro.Apetecía-me que não deixasses a noite escorrer.E no entanto, terminas a tua bebida escorropichando gotas que imaginas como sendo minhas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

PINGOS DE LEMBRADURA

Martelavam à vez os calcanhares no muro de embarque que já fora de caiado. Abaixo as linhas muito brilhantes do combóio. Estalavam os dedos das mãos, disputavam o maior ruído, depois riam, depois bebíam do pacote de papelão o vinho amargoso de menor preço conseguido. Um gaba-se da sua astúcia no ludibrio do empregado assustado pelas barbas sujas e grisalhentas de muitas noites ao relento a sonhar com estrelas de cinema. Este é do bom, é, é e vai mais um gole que já nem queima só amorna.Agora batem com força os calcanhares, as pernas balançadas adiante. O outro gaba-se de como era bom a andar de baloiço. Riem-se, era, era. Nem mais uma gota pinga, param os sapatos no ritmo de pé quebrado, já beberam tudo, já recordaram tudo por hoje.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

DO QUE RESTOU

Não recorda mais nada. Mas a boca essa ficou. Um boca cheia, polposa como uma maçã, o lábio superior ligeiramente arrebitado como uma crista de onda e depois, aqueles dois tracinhos muito macios que nascíam da base do nariz. Ela tinha a presunção de lhe chamar a marca do anjo e ele, de dedo espetado afagava-lhe aquela covinha, um truque para a distraír enquanto se aproximava da boca dela...Não tem memória da cor dos olhos ou se o cabelo era longo ou curto. Talvez a tenha amado, daqueles amores à séria, quase venenosos que tomam tudo e ocupam o espaço todo. Agora não sabe, tão pouco se lembra de alguma palavra das que muito provavelmente devem ter trocado.Só tem a imagem fixa da boca, cada vez mais próximo da sua, apanhar-lhe o beiço de baixo nos seus, sorvê-lo, puxá-lo para si até as comissuras se abrirem.Se essa boca por aqui passasse ele ía sabê-la na certeza de ser aquela boca.E assim restaría por mais outros cinquenta anos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A CAMA

A cama está fria. Levaram-lhe o peso, a marca, a engelha, aquele cheiro quente adocicado de quem lhe revolve do enchimento o embalo do sonho e a tormenta do pesadelo, o molhado do suor no desejo do encaixe e das lágrimas asfixiadas na febre do esquecimento, a distância do corpo e o corpo a vir, as feridas de costas voltadas para a medida solteira, o solilóquio da noite e o monólogo do porvir, a herança da nódoa amargurada e o som abafado da gargalhada escarlate.Esconde. Tapa tudo. Cobre de colcha que logo mais a cama desvenda-se como um livro folheado.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BOA NOITE

Esta noite segura-te no amparo de meus seios, encaixa-te nas minhas costas, sussurra os teus joelhos na curva das minhas pernas e ri-te dos meus dedos dos pés que eu disfarçadamente roço a cova do ladrão no teu nariz apurado, queres mar, eu quero mais e peço-te o oceano e tu embalas docemente no traçado dos teus braços a descompasso do peito esta forma perfeita achada para nós, beijas no meu cabelo as horas da noite que escorregam paredes filtradas de madrugada e de mãos dadas num porto nosso murmuras ensonado boa noite.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

FOGO

Já havía sido testemunha calada de muito mas como tal nunca houvera sentido que o silêncio pudesse ser tão surdo nos ruídos do crepitar, desfazer, deixar de existir num inferno na terra em que o pecado por provar assim restaría para o sempre. Veio o fogo e comeu, lambuzou-se das beiras e da casa e das recordações, ficou o nada no sitio do tudo e o nada ocupava mais espaço que o tudo que sempre morara no coração e deste pouco havía a saber, tão só as mãos na cabeça perdida e rolada entre escombros que o tempo sería o mestre a levá-los e as cãs jã não podem esperar por outros sons, por outras casas, por outro incêndio que arrase, por mais um tempo que lhes dê tempo para recomeçar. Foi testemunha calada mas o lume também a levou.