Ouço-te no marulhar das paredes vestidas de papel naif quando a noite a borbulhar chega apoderando-se dos ruídos do silêncio. Os móveis de madeira encerada estalam ao calor da tua gargalhada. Repito entoações que me dizem ecos de frases tuas, decoro-as, digo-as para mim, sussurro-as aos objectos de sombras que a luz da lua projecta ao alcance da minha mão: Perto, longe, monstros que de dia me servem agora encolhem-se quando te escuto e avisados, recolhem-se. Não me assusto, sei-te aqui comigo, a tua voz a ressoar no meu peito, o coração descompassado ao verbo mágico conjugado na determinação do pronome pessoal. Levas-me assim até adormecer, embalada na tua voz de ninar, grave de intenção.
domingo, 2 de dezembro de 2007
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3 comentários:
Em plena madrugada
Observo o teu olhar
sinto o teu respirar
a aquecer o meu peito
Deixo-te adormecer...
Saber que temos...esta é sem dúvida a melhor coisa.
Pérolas incadescentes de verdadeiro querer.
Eärwen
É bom termos alguém que nos adormeça
e nos sussurre doces palavras ao ouvido...
bjgrande
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