Os antigos Romanos sabíam da coisa. Adeptos fervorosos do endeusamento a tudo aplicavam o poder divino e inatingível a seres, entidades que fazíam crescer e transformar as coisas. E as coisas eram o trigo a crescer, os rios a encherem, uma pedra no caminho. Nada de ícones, pois se estas coisas se alteravam do dia para a noite sem ninguém os vislumbrar na sua obra, como pintá-los? Os Numina eram trabalhadores incansáveis, aranhas invisiveis que operavam com a maior arte teias que sustentavam a crença de que era assim e nada mais. Por isso dei comigo a pensar que devo ter um pequeno numinae dentro de mim. Mais precisamente no meu coração. E nas minhas mãos e também nos olhos e ainda na boca. Pois se isto que sinto crescer e avolumar-se por ti, sem forma, sem cor, sem palpação de coisa que se toque e me faz dizer amo-te e ver-te diferente dos outros e ter vontade de te tocar a pele da boca, tudo isto fazendo-me suspirar e sentir-me feliz, se não são numina é o quê?
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
O olhar já tocaste
falta os lábios.
Neste silêncio
fica tanto por dizer.
Beijo
Essas teias de amor que em ti teces...
Beijos
BF
:)
...amor, amor...beijo fantasma.
Enviar um comentário