DEC.LEI Nº344/97

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

NADA DE NOVO, TUDO NOVO

O gato tinha mais fome de festas que da taça de ração. Sacudiu-lhe o lombo macio, a muda do Outono. Não se sentou a assistir às noticias, sabía-as, mais um roubo, mais uma fraude, mais um jogo empatado entre bons e maus ou maus e bons, que nestas coisas dos adjectivos a carga pessoal pesa sempre mais. Nada de novo. Só a hora avançada no relógio mentiroso lhe esfriou os pés nas sandálias matutinas quando se acorda com sol e se regressa no parco do agasalho nocturno. Olhou os olhos do gato, tentou encontrar-lhes o olhar que achara no metro de regresso a casa, um homem tão farto e tão sabido de noticias quanto ela. Ele olhou-a, um segundo, talvez dois, ou talvez nada, ela agora pensava que a cabeça tem dessas coisas e dá a volta à realidade só porque se quer ou se precisa. O gato tinha mais fome da sua mão. Ela tinha fome de saber que estava viva.

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