Abrandou o passo e mirou-a, ruína de anos e de anos sem hábito de vida, até a aldraba de mão fechada enferrujara encostada à porta descascada de tinta verde-água que fora trespasse para o pátio onde brincara, correra e tantas vezes caíra, cordas cantadas no ritmo batido no chão, folhos de saias sobre saias que saltavam ao som da voz na lenga-lenga imitada de tabuadas perdidas e laçarotes engomados em tranças apertadas pela serviçal de olhos doces que a chamava de minha menina e lustrava no peito do avental a maçã pecadora que ao intervalo da escola lhe havía de clarificar a voz para gritar pelas outras de cabra-cega. Abrandou o passo, firmou-se na bengala encastoada a prata.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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