DEC.LEI Nº344/97

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Escrever é poder amar-te



domingo, 24 de fevereiro de 2008

COLORIR (É PODER AMAR-TE)

Desenfreada, a ânsia na ponta dos dedos, os olhos vivos, a ponta da língua no afã da busca: Onde parava o maldito cartão? Abría e fechava gavetas, voltava a abri-las, remexía do fundo para o topo, deslizava papéis, fitas de embrulho, fotografias de cantos quebrados e nada. Começou a sentir-se desesperada e até incerta quanto à existência real de tal cartão, talvez uma partida da memória, talvez nunca tivesse existido... Olhou a gaveta desarrumada e empurrou à bruta os papéis para o seu interior, um teimoso não se acamava junto aos outros e impedía a gaveta de voltar ao seu nicho. Puxou o papel tingido de amarelo, vários vincos e dobras diminuíam-lhe o tamanho, olhou-o e fez contas a quantos anos tería aquele desenho formado de riscos tortos e bolas a fazer de sóis e flores e cabeças juntas: uma dela outra do seu principe encantado. Ao canto em cima o astro-rei, único rabisco colorido a amarelo forte como oiro. Sorriu, havía encontrado o seu principe nesta vida. Procurou os seus lápis de tons fortes e esquecida do cartão coloriu as duas figurinhas juntas e ainda as flores que salpicavam o seu desenho de infância.

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