DEC.LEI Nº344/97

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Escrever é poder amar-te



domingo, 20 de janeiro de 2008

MARGINAL

Puxou do cigarro a última baforada até senti-lo aquecer os dedos, depois atirou-o ao rio. Em breve a noite chegaría e a marginal ficaría povoada de carros que a coberto do manto escuro se agitaríam de trocas de amor e beijos fervorosos. Não quería estar ali quando isso acontecesse, não quería sentir mais marcado o ferro da separação, não quería sentir a raiva surda de não ser um desses ocupantes e que os beijos da sua boca não tinha por quem os oferecer. Viu as luzes amarelas do primeiro carro a aproximar-se, vagaroso, ronronando como um gato ao colo. Um homem saíu, cesta à tiracolo, banco desdobrável encaixado no sovaco, canas altas nas mãos. Perguntou-lhe se estava a dar, ele hesitou, o peixe, se estava a picar, não venho pela pescaria, o outro retorquiu que então era um abandonado, um marginal, não, estava só a ver o rio, a ver o rio e a pensar nela não é, calou-se. O homem sentou-se, lançou o fio invisivel à noite do rio, perguntou se quería um café, trazía sempre um termus cheio, não, já estava de partida. Fique, eu prometo que não me calo, tome do meu café e nas próximas horas garanto-lhe que a dor o esquecerá.

1 comentário:

Whispers disse...

Ola querida!

Uma solidao acompanha a outra, muitas vezes doi mais o silencio do que a propria dor no coracao
beijinhos mil e desejos de um Domingo super feliz
Rachel