DEC.LEI Nº344/97

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FECHA A PORTA QUANDO SAÍRES

Com o último grito ele encaminhou-se para a porta de saída decidido. Ela berrou um vai, se queres ir e não voltes mais, e ele deitou a mão à maçaneta rodando-a para escancarar a ira que lhe tomava o peito. Arrependida, não, não vás, fica... ainda não acabei. Ele saíu, deixou a porta aberta, ela correu atrás dele, pendurou-se na sua roupa, encarou-o no olhar fechado, os lábios apertados, encostou a cabeça ao peito dele, esfregou o rosto, o cabelo, chamou-lhe estúpido, puxou-lhe os braços e fê-lo abraçá-la. Olhou-a então, sério, triste, pegou-lhe na mão e trouxe-a de volta para dentro de casa, fechou a porta e disse acabou. Acabou mesmo, sem retorno, sem desculpas, sem emendas, sem gritos ou ameaças. Para quê amaldiçoar o que tivémos neste arrastar de culpas atiradas um ao outro, ambos acabámos há muito tempo. Fica bem, cuida-te e beijou-lhe a testa. Ela entendeu a verdade que negava para si, inventava fios para ligar o que se tinha perdido no tempo. Viu-o afastar-se de novo, quando saíres vê que a porta fique mesmo bem fechada.

3 comentários:

Eärwen disse...

Parece-me ver a cena! Forte...mas cheia de verdade. Quantas vezes negamos a realidade...se somente maltratamos a nós mesmos com isso.

Pérolas incandescentes de forças para deixar partir...

Eärwen

Rui Gonçalves disse...

Tão real.

Coragem disse...

É preciso lutar por aquilo que queremos, lutar com todas as forças que somos portadores...É verdade.
Mas não menos verdade, em que há momentos em que é preciso saber desistir, abrir os braços e deixar partir, talvez não pela falta de coragem, mas porque é o momento certo...
Adorei, mais real era impossivel!