De café. De chocolate. De fumo, de fumos, de bebida, de jogo, de meter o dedo no nariz, de coçar a anatomia, de roer as unhas, de comprar, comprar e comprar, de escutar atrás da porta, de iniciar qualquer frase por então é assim.
Nenhum tinha.
Havía-se viciado no cheiro dele. Um só vez bastara e a dependência agarrou-a no gesto de lhe agradar, dobrar-se, pedir, mendigar-se num amor vão que só tinha dias úteis. Idolatrava-o, esperava a altivez do nobre nas migalhas pobres que lhe consumía o olfacto de olhos cerrados, absorvendo aromas dum ser imaginado que perfumara nos desejos mais intimos.
Achou-o por acaso num fim de semana de sol, pendurado noutra mulher. Cheirou o ar próximo e sentiu um odor envinagrado, um pico azedo a comida estragada, encolheu-se, franziu os olhos, levou a mão à boca sustendo a náusea.
Não conseguiu voltar a estar perto dele. Agora de segunda a sexta toma religiosamente um chá às seis da tarde.
2 comentários:
:)
A traição de um vício!
Maldito vício que se acabou por matar...
Nada melhor do que um chá... para o colmatar!
Beijo
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