Quería ter sido médica, mexer em cicatrizes, tendões, orgãos, agulhas, batas brancas, salvar vidas. Mas o pai, austero amputou-lhe a vontade: quer linhas e tesouras, costuras e uniforme vai para a escola aprender bordados. Ela foi. Ela aprendeu. Ela era a melhor. Ela era mestra na arte de coser.
O pai, senhor determinou a sua mão na vontade de outro homem, que tanto talento era dote garantido. Ela foi. Ela aprendeu. Ela era a melhor a pregar botões e a coser baínhas.
Ficou cansada de tanto bordar para os outros e nunca ter salvo nenhuma vida.
Resolveu salvar a sua: bordou nos seus lábios um lindo ponto pé de flor e entregou-se ao mar.
5 comentários:
É tristemente belo o que acabo de ler!
As vontades esventradas pela prepotência, só podem trazer a desgraça...
Beijo
Beijo fantasma.
ponto pé de flor....
triste... mas muito bem escrito
Beijinhos
BF
*
entregou-se ao mar,
,
sublime entrega
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xi
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:)
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