Namorara muito mas já há muito tempo. Não esquecera os beijos, como se beijava de olhos fechados, os lábios levemente apertados entre os outros, húmidos deslizando suave numa pequena rotação em que os narizes se cruzam e mudam de sentido autorizando na boca discretamente entreaberta o tacto da lingua quente. Lembrara-se dos beijos e dos namoros quando ao passar vira beijos e namoros e mãos com olhos que sabíam melhor o caminho que os seus pés. Abrandara, quase parou para ficar a admirar o que nunca vira de si mas tanto sentira.
Teve saudades, um pequenino aperto no peito, porque não namorava agora? Apelou a nomes e faces e a cada um deles os seus beijos, como fora, que pancadas sentira ao sentir-se tomada entre braços que não a deixavam caír, eleger o melhor. Namorara há muito mas lembrava todos, todos únicos, todos especiais, todos os melhores. Apeteceu-lhe pedir que a beijassem, tal e qual como vira quando passara e matar um bocadinho só que fosse desse gosto. Mas como não encontrou resposta para si baixou a cabeça, ajeitou o cachecol ao queixo e escondeu a boca que um dia tinha sido feliz.
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