Por cada vez que desligar o telefone sentirá que a despedida foi para além do adeus e fica bem, ficará a viver a última vez, aquela última vez em que não sabía que era a última vez, em que devería ter sabido que era a última vez e que por isso a devería ter feito especial como nunca ou tê-la feito de tal forma como se fosse a primeira, o encantamento da primeira, como fora a primeira, porque se esquecera de tantos pormenores da primeira agora que tentava recordar com tanta força para fazer esquecer a última vez, esta maldita despedida que não sabía que havería de ser a última, e ele, ele também não sabía, se ao menos ele o soubesse, porque não lhe havía ele de ter dito e avisá-la e recomendar-lhe que com muita força lhe avivasse a memória todos os pormenores da primeira vez, assim juntos poderíam despedir-se. Por cada vez que atender o telefone sentirá que o absurdo da despedida está no inicio, no encantamento da primeira vez.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
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