DEC.LEI Nº344/97

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Escrever é poder amar-te



segunda-feira, 7 de abril de 2008

SENSIBILIDADES

Por tudo e por coisa nenhuma choramingava, armava beicinho, molhava-lhe a vista por um cisco, por um filme, por conversa alheia, não comovia a ninguém tão pouco a ela mesma, que com o tempo achava-se enferma de algum furo no sacro lacrimal, deixava-se andar, deixava-se estar num passo de braços traçados sem consolo nem desconsolo, um fio ténue de emoção sem disparo do relógio interior, incompreensão pelas tempestades de riso alheias e pelos gritos desvairados da partida do soldado, tudo frágil, tudo mole, tudo choramingado. Até ao dia em que um eclipse fez do dia a noite e na escuridão tapada sentiu que a sua pequenez eram como as suas lágrimas, gotas de nada e no entanto alguém a havería de esperar para luz se fazer de novo.

2 comentários:

Luísa disse...

Sant'Ana,
As horas dos meus dias são passadas a compreender o Outro, a Aceitá-lo e a Respeitá-lo, por isso não exigo justificações, nem sempre as palavras são capazes de traduzir a exigência do nosso Tempo...
Um Bem Haja!

impulsos disse...

A pequenez de um ser perante a força e os mistérios da natureza...
Este teu texto, fez-me lembrar uma história verdadeira que a minha avó me costumava contar. Passou-se com ela, na sua infância, num tempo remoto em que as crianças eram mandadas para a serra a fim de guardar o rebanho, dos lobos. Mas as ovelhas e as cabras afinal eram maiores do que ela...
E um dia, pela volta do meio dia, o dia ficou noite cerrada... um breu que se abateu sobre a terra sem aviso, sem compreender... as ovelhas aninharam-se junto dela e assim ficaram até o sol voltar.
Hoje sabemos do que se tratava, mas naquele tempo...

Beijo