DEC.LEI Nº344/97

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ALIANÇAS

Juntou a aliança dele à dela, a dele demasiado grande para abraçar o dedo fino e se ajeitar unida à dela apertada à carne e aos anos, tantos quantos tinha estado ali posta por ele. Ela lembrava-se tão bem, era um dia de Outono mas fazía muito frio e nevoeiro a adivinhar natais que pediam lareiras por isso mantinham-se abraçados para puxar o calor e dizer aos outros que precisavam de se aquecer. Ela tinha o nariz vermelho e ele troçava beijando-a ternamente na testa e nos olhos, ela ria. Ficaram sérios quando trocaram as alianças, promessas silenciosas, nada de votos solenes perante figuras ou outras pessoas. Mantiveram-se juntos até à partida dele. Ela olhou o desconsolo do dedo e o aro tão ermo ao pé da sua aliança. Tirou as duas e enterrou-as na cova dele. Já não hei-de demorar, disse.

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