Talvez tenhas achado que era fácil. Chegavas, rias-te para mim nesse teu trejeito de boca mais puxado à direita, os olhos azuis muito fixos no meu verde, as mãos fazendo pressão na minha cintura e bastava dizeres hum.Talvez tenhas achado que eu era transparente. Encostavas a tua boca à minha, puxavas o lábio abandonado preso nos teus, ofegavas um pouco à espera que te acompanhasse e depois afastavas o teu rosto do meu, aguando-me uma e outra e várias vezes a tua boca a roçar a minha, despertando um salivar como uma criança espera um bolo com creme.Talvez tenhas acreditado que ganhaste. Porque te beijei, mordi, lambi o sangue fino que coloriu o canto da tua boca, cheguei até a arfar um pouco subindo no peito uma vontade do teu toque, do teu apertar, eu própria te desvendei os seios e na tua brincadeira fugi das tuas mãos de dedos afastados a dizer vem buscar.Talvez te tenhas enganado. Afinal quem trepou em ti fui eu, numa escalada em que tu vertiginosa e calculadamente querías sucumbir numa queda de trapezista sem rede, agora os olhos cerrados sem querer atingir quando o chão fica mais próximo e não há regresso na subida.Eu só improvisei.E minto-te para que não saibas que me perdi neste texto, sem guião, sem ponto.Ponto final.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
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1 comentário:
perdeste-te no texto...
então já ficaste a saber qual é a sensação que um gajo tem quando a meio se vai abaixo e deixa a mulher pendurada. se é que ela não o estava já...
Ernesto, a avô
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