Tomara fosse tudo tão singelo.
Eu folhas, apenas folhas manuseadas à ponta depois de comidas pelos olhos, saboreadas pela imaginação, degustadas pelo sonho e pelo tempo.
Já cansados de mim, arrumavam-me, atiravam-me para uma prateleira daquelas que se perdoam o pó por ficar lá no alto. E eu agradecía o sossego, amarelecia o próximo momento em que havería de surpreender por já haver passado anos, tantos anos sem ser lida.
Assim, sou só gente, desvio-me de mim em páginas de outros que gostaria de ter sido, sonho por sonhos de outros por haver perdido a esperança de ter os meus, espero Abril, talvez Maio me salve e vou levando esta agonia do nunca ser até o ano se finar no livro que hei-de escrever.
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