Nas palmas das mãos curtidas pelo sal das suas lágrimas encontrou um mar navegável de sentires. Viajava-se: imaginava como sería o coração daquela por quem esperava, uma terra avistada mas parecendo sempre longe do alcance pela maré contrariada e nas voltas que dava achava-lhe cada vez maior o sabor do desejado porque desconhecido.Roçou porém esse terreno fértil e logo o calor tomou barco e mestre, fê-lo descuidado saltar e perder o cabo da nau.Embrenhou-se nela, tomou-a, beijou e sussurrou-lhe o desespero de largar a vida sem que tivesse bebido de outras águas que não a sua tão salgada.Esqueceu tudo do mar, as estrelas, o canto das sereias, o dominio do leme, permitiu-se afogar no tesouro maior de seu amor.E quando se achou homem rico na terra a perder de vista tornou-se ilha, chorou e esperou que nas linhas de suas palmas lhe desenhasse de novo a rota da descoberta.
sábado, 11 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário