A cama está fria. Levaram-lhe o peso, a marca, a engelha, aquele cheiro quente adocicado de quem lhe revolve do enchimento o embalo do sonho e a tormenta do pesadelo, o molhado do suor no desejo do encaixe e das lágrimas asfixiadas na febre do esquecimento, a distância do corpo e o corpo a vir, as feridas de costas voltadas para a medida solteira, o solilóquio da noite e o monólogo do porvir, a herança da nódoa amargurada e o som abafado da gargalhada escarlate.Esconde. Tapa tudo. Cobre de colcha que logo mais a cama desvenda-se como um livro folheado.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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