Há em mim a minha história e também a que recebi de herança. Cada traço e cada vinco são sinais do meu tempo e do tempo dos que no amor me fizeram. Hei-de ter o mesmo sorriso e as mesmas rugas e os mesmos trejeitos e jeitos e por mais que negue hei-de fazer na repetição genética e do carácter aquilo que disse um dia nunca fazer, hei-de sorrir ao lembrar-me e hei-de beber da mesma água que em tempos rejeitei, hei-de apreciá-la e mantê-la e ainda tentar passá-la aos que vêm depois de mim que num ciclo fechado hão-de dizer o mesmo que eu e um dia também sorrirão ao recordar as minhas rugas e os meus vincos e a minha história e ao olharem o espelho encontram-se neles e na herança que lhes deixo.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
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