Não vou dizer que me surpreendi, tão pouco que nessas ruas da vida já nos tropeçámos ou passámos no olhar desconfiado de reconhecer a cara amiga, não, nunca nos encontrámos nem ouvimos a cor da voz mas conheço-te, desde sempre, fiz-te dentro de mim, assim esculpido como te esborratas nessas fotografias distorcidas que cortam a figura pela altura do coração, o rosto mediterrânico, o nariz aprumado no helenismo que sempre suspeitei, já o sabía, assim como as amarras de ferro que te escoram a liberdade e a penitência que te entrega à arte, os pratas e os vermelhos, o querer e o calar, sempre te soube dessa maneira por isso leio o teu silêncio e embebo-me dele, negro, profundo, como o quadro que fazes de ti.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário