Do rádio desprendem-se sons de notas antigas que lembram outras músicas, as que cantava quando menina, saltitando numa perna e noutra, as tranças balançadas no ritmo da felicidade e da despreocupação de saber que amanhã pode não haver música, apenas uns ruídos, gritos até.
Do rádio soltam-se notas que ondulam como as ondas do mar e se as cantarolar vai sentir o sal dos beijos daquele dia em que mulher aprendeu o amor na despreocupação de saber que amanhã há partidas e dores e lágrimas e o silêncio a entoar.
Do rádio liberta-se a nota grave de ter cantado tantas músicas, ter aprendido todos os agudos da vida, uma letra sabida na ponta da língua, uma melodia que um dia há-de ensinar.
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