De tudo o que teve sempre foi pouco ou até mesmo nada que o que quis foi-lhe atirado aos bocados como se alimenta a fera na jaula. E ainda assim, aceitou-os, comeu tudo para não morrer na faminta interrogação da duvida de saber se sería aquele pedaço o do amor, se o rejeitasse por ter muito osso talvez nunca viesse a saber o gosto da saudade e do desejo. Tragou de pequenino e em largas dentadas, aproveitou sucos e nutrientes, nunca se fartou ou caiu no enjoo, sempre mais nem sempre o melhor, mas o sonho do grande, aquele, o especial, não traz rótulo, acabou a experimentar de tudo até sujar os beiços e num dia ainda com o brilho na busca do que a enchesse como iguaría deixou de limpar a boca às costas da mão, sorriu e teve a certeza que na próxima vida sería melhor.
(a Regina)
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