Gostava de todas. Das coloridas a pastel vía os tons de infante mas arrojava a aspereza nas torradas de tom sangrento, a lingua a puxar os grânulos areosos para logo de seguida se consolar nas reboludas licorosas enfeitadas no aparo tingido da mão de arte em quadros liliputianos ovalados. Lisas e espalmadas, brilhantes e enceradas trincava-lhes o verniz ora branco ora negro na pasta mole encostada ao céu da boca numa oração de olhos semi-cerrados ao confiteiro artesão que convertía o chocolate. Mas era no enjoo de tanto pecado que se punía nas verdes e aciduladas, água de saliva que a confessava. No final acabava a brincar com as de casca, a sentir-lhes sob a palma o veio que fecha o miolo, os furinhos que deixam respirar o coração que nelas se encerra como um esquife, libertava daquele aperto na gula de só mais uma, e enfartada nem ligava às origens do festim, a verdadeira e tão simples amendoa.
domingo, 23 de março de 2008
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