Ligou a luz do pequeno candeeiro do lado esquerdo da secretária, abriu as gavetas, cinco lápis, uma caneta de tinta permanente, as folhas acertadas num maço, a fumegar a chávena de café, já de asa lascada e o cigarro não fumado junto às beatas empilhadas no cinzeiro, o relógio de pulso liberto do braço estiraçado adiante, o gato na alcofa tufado, vai agora, é agora, tudo a postos, ajeita-se no cadeirão, traça o primeiro risco cinza sobre a folha, delimita cantos, ao miolo o ataque. Mas parou de imediato, que lhe falta o mais importante: o xaile que a aconchega nos ombros as palavras que tem junto ao peito.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
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1 comentário:
Pode-se ter ciume dum xaile?
Xiuuuuu...
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