Acabaram-se os discos, as danças paradas, os sopros ao ouvido, o desejo na mão e até os olhos a ferirem o peito num bate-bate descompassado. Deixa a chave, a da porta e a do coração, fica por alugar um dia a quem queira ser feliz. Como vais passar as noites agora sem par e sem voz de retorno no pensamento alinhado do silêncio em que tudo se entendía como eterno e nada se quería para além das raízes infiltradas num chão certo e sereno, do copo bebido na marca dos lábios que o outro assinalava, nas mãos dadas a escutar a chuva a bater nos vidros. Não digas nada, não arrombes a porta por onde entraste franca, a receber-te. Deixa a chave mas antes de ires ensina-me como se fecha.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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1 comentário:
há quem, mesmo que saia, fica ferrado no coração. e aí não adiantam nem portas, nem chaves...
marisa
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