DEC.LEI Nº344/97

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Escrever é poder amar-te



segunda-feira, 15 de julho de 2013

NÃO É SÓ ÁGUA

Hoje deixo-te Rio, mas só hoje que depois volto e junto as minhas lágrimas de saudade e riso ao teu caudal de tamanho imaginado como se fosses mar. Mas não és, sabes que não és e é por isso que hoje preciso de ver o mar, um mar à séria com ondas altas e que me salguem a boca quando lamber os lábios dos salpicos e daquele halo que arranha a pele, arde nos olhos de tanto focarmos o horizonte à espera de vermos o braço do afogado a pique, a agitar-se, feliz e lacrimoso também tal como eu, saudoso ele de ver terra de novo.

domingo, 14 de julho de 2013

DA COR DAS ESTÓRIAS

Se aquela casa verde fosse minha pintava-a de branco com barras azuis. Depois havería de me pôr à janela a ver passar quem passasse à espera que me perguntassem pela casa verde. Havería de lhes contar a estória dessa tal casa que havía sido engolida pelo mar e que voltara de novo, lavada, muito branca, mas com restos de água raiados como uma saia de roda toda à volta em azul, para que nunca se esquecesse da sua aventura. Não haveríam de acreditar em mim. Mas eu diría que era por isso que estava à janela. Que eu era uma sereia que tinha ficado presa dentro da casa e que agora não podía regressar. Eu sei que também não íam acreditar. Mas sei que íam sorrir. É por isso que a casa verde deve ser azul, não achas?  

sábado, 13 de julho de 2013

DIÁRIO

Janela aberta, silêncios velhos que se antecipam na memória das manhãs chilreadas quando as folhas do caderno se engelham ao peso do punho que amacia sereno o contar de tantos dias passados, mais um dia, é só mais um, que diferença faz no relevo dos já contados se a recordação se faz presente e ler esta história é saber dela menina ou mulher ou avó e não tem fim, porque nele se saboreia amor até nas despedidas e muito nas aventuras, imenso no abraço apertado, tanto nas mãos que pegou, único quando o escreveu.
 
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

DINASTIAS

Esquecer a dor de perder o bem-querer nunca foi pensamento para aliviar o peso que me dobra o tempo maior que já passei sem vós, antes suportá-lo e vergar os joelhos e conhecê-lo sorrindo por antes já vos ter tido próximo e amado, amada e amparada ao vosso peito que nunca ter enfrentado dor alguma, riso e pranto eis-me feita do que me deram e desse tanto, duas metades também eu hei-de oferecer.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

E AINDA

Se não se travam as águas nem a luz nem a força do pensar porque haveríam as estórias de se arretarem na fornada a saír, ainda que queimadas de tanto se empatarem no remoer de se contarem a si mesmo para entreter as noites e os dias em que não consegue passar para o outro lado, ali, veja-se o outro lado tão perto, logo à mão do poder agarrar quando os olhos imaginários se fecham e abrem e tudo se resume a dizer era uma vez, ou duas ou um milhão, que diferença faz, se o importante é não acabar, haver sempre outra página a virar?